Chuva.
Sopros na janela que atormentam ideias
Confusa, barulhenta e silenciosa.
Chuva
A tarde nublada que proporciona momentos conturbados
A cidade inquieta reproduzindo barulhos estranhos
Roupas encharcadas que provocam ansiedade.
Chuva
O momento hesitante antes de sua própria prova
Palavras inusitadas que corrompem sua concentração
Uma expectativa doce e dolorosa de cruzar com o calor
Tão feliz e impossível.
Chuva
Que tantas vezes ouviu o Sol zombar de ti
Eis o momento de mostrar sua beleza por trás dessa atmosfera
Fria e melancólica
Chuva
Seus receios quase somem embaixo da fúria que forma a tempestade
Anseiam por um único toque
Capaz de transformar sua noite.
Chuva
Motivo de apostas ocultas
Tão forte e indomada, acaricia a pele com gotas grossas
Facilmente semelhantes às plumas
Ah, chuva
Chama os olhos do Sol
Confia nele até mesmo quando se fecham
Escuto-a caindo contra a janela outra vez
Diga-me: porque fui me fascinar por aqueles olhos infantis?
Esses pensamentos me doem…
Chuva
Que tanto me acalma no leito, com sua música suave
Responda minhas perguntas não ditas
Sopre contra minhas intenções
Faça-os amá-las cada vez mais
Sua fúria indomada manifesta-se em movimentos sutis.
Afinal, chuva, que queres de mim?