Meus pés descalços encontram-se afundados na areia da praia. Posso ouvir os gritos das pessoas ecoando ao meu redor, todas desejando felicidades, derrubando lágrimas e fazendo mil promessas sobre o “ano novo”.
Gosto do clima “novo” que essa data traz. É como se todo o seu passado estivesse sendo apagado para dar lugar a uma outra vida, a um suposto recomeço. E tomando parte dessa atmosfera, me dei o direito de me aproximar do maior espetáculo à minha frente. Não eram os fogos de artifício, não era o champagne criando brindes numa roda repleta de amigos e familiares, e tampouco a bagunça provocada por músicas alegres. Era o mar, escuro e profundo que refletia todas as minhas emoções naquele momento. Um momento de pensamentos e reflexões pessoais, de meditação.

Meu primeiro passo nesse ano foi em direção à ele, em direção à água gelada e salgada que molhava os meus pés. Escutei pessoas conversando, preparando-se para fazer pedidos e pular as clássicas sete ondas. Me aproveitei desse momento para saltar também, mas pouco me importando com todos os pedidos que circulavam na minha mente: o mais importante era aproveitar o momento, sentir a água bater no meu corpo naquela noite tão linda. E percebo que fico tanto tempo concentrada na atividade, que meus pensamentos quase se tornam inaudíveis. Percebo, inclusive, que pulei muito mais do que sete ondas.
O mais importante naquilo tudo foi o meu primeiro passo, pois ele atravessou a linha que me separava das minhas metas para alcançar a vivência do momento.
E foi ele o responsável por apagar todos os meus pensamentos e dizer: danem-se as metas. Quero viver sem metas. Quero aproveitar a vivência!
Afinal de contas, é vivendo que se realiza seus sonhos. E não criando metas.
Seja bem vindo, 2011.
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